Conteúdo Zero-Click: Isso Impacta Seu SEO e Monetização?
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Vou começar dizendo – os tempos mudaram no mundo do marketing digital.
Nada é como costumava ser.
O número de cliques não é mais o que conta, ou pelo menos, é o que parece.
Especialistas em marketing digital dizem que o público está esgotado de tantas solicitações enquanto consome conteúdo.
Cada vez menos pessoas querem clicar em um link para obter o restante do conteúdo em outro lugar. Para a maioria, trata-se de receber todas as informações de imediato, sem precisar dar passos adicionais. E algumas estão cansadas de ver apenas uma parte do conteúdo e serem redirecionadas para outra página com o botão LEIA MAIS atraindo-as a clicar.
De repente, o conteúdo zero-click se tornou uma tendência.
Se você ainda não ouviu falar sobre isso, tudo bem, não era um tópico tão quente até agora. MAS se você é um publicador e quer saber como se manter relevante e bem posicionado no SERP do Google, ou como manter seu SEO em dia, continue lendo.
Agora, como o tema é controverso, e há opiniões bastante opostas sobre como seguir com o SEO, vamos destacar e analisar todas as principais preocupações para ajudá-lo a preencher as lacunas no entendimento da questão e desenvolver a estratégia correta.
O que é conteúdo zero-click e por que ele é importante?
Essencialmente, o conteúdo zero-clique é aquele que não exige que seu público faça nada além de absorver informações de alto valor. Sem cliques, sem solicitações, apenas você fornecendo material escrito ou em vídeo, sem pedir nada em troca.
Parece estranho, certo? Especialmente se, até agora, você fez de tudo para moldar seu conteúdo em um clickbait chamativo.
A realidade é que muito conteúdo de baixa qualidade foi lançado ao longo dos anos, com um único objetivo – fazer com que o clique aconteça, de uma forma ou de outra.
Como resultado, o público ficou irritado, impaciente e defensivo, e tornou-se extremamente difícil fazê-los clicar naquele CTA, como Amanda Natividad da SparkToro diria.
Então, agora estamos voltando ao básico e tentando reconstruir um vínculo de confiança com um mercado-alvo por meio do conteúdo zero-click. Fornecendo ao público os melhores materiais, sem amarras.
Referimo-nos a postagens de blogs e e-mails altamente envolventes que não direcionam o público para outro lugar através de links, ou a posts no Twitter, LinkedIn ou Facebook que não oferecem informações parciais com chamadas como “Preencha o formulário”, “Solicite uma demonstração” ou “Siga o link e saiba mais”.
De qualquer forma, as redes sociais geralmente são a favor do zero-click: o Instagram não permite que você adicione um link na legenda, e a maioria das outras plataformas prefere postagens sem links, incentivando seus usuários a permanecerem na plataforma, em vez de sair.
A esperança é que o público consuma o conteúdo, aprecie-o, volte, e compartilhe com outros, o que aumentará seu alcance e o reconhecimento da sua marca.
A reviravolta do Google: Pesquisa Zero-Click
Agora, vamos ver quem é o “culpado” por essa tendência.
Aparentemente, nos últimos três anos, uma enorme quantidade de pesquisas no Google tem sido pesquisas zero-click. Isso acontece, na verdade, com todos os mecanismos de busca, mas vamos focar no Google, já que é o mecanismo de busca líder na maioria das partes do mundo – com uma participação de mercado de 85%.
Desde que o Google lançou o Knowledge Graph em 2012, a quantidade de conteúdo zero-click que ele apresenta na primeira página de resultados do mecanismo de busca (SERP) tem aumentado cada vez mais.
Por quê?
Porque o Google quer que seus usuários obtenham respostas para suas consultas imediatamente, sem demora. O principal objetivo é melhorar a experiência do usuário, e eles acreditam que esta é a melhor maneira de fazer isso.
Além dos Knowledge Graphs, você também verá Featured Snippets, painéis de conhecimento, mapas, calculadoras, PAA (People Also Ask), PASF (People Also Search For), listas e outros recursos do Google, tudo isso antes dos resultados de pesquisa orgânica.
É disso que estamos falando:
A ideia era fazer com que os usuários ficassem satisfeitos e confortáveis, sem a necessidade de navegar por conteúdo externo. Afinal, o Google é um site que quer manter o primeiro lugar entre seus concorrentes, então ele vai atender aos desejos dos usuários.
Estatísticas: 2/3 de todas as pesquisas no Google são zero-click ou apenas 25%?
Neste ponto, gostaríamos de apresentar algumas estatísticas que mudaram a face do Google e impactaram a maioria das estratégias de SEO relacionadas ao conteúdo zero-click.
Pesquisas conduzidas ao longo de 2020 – de janeiro a dezembro – mostraram que 64% das pesquisas no Google terminam sem que os usuários cliquem em um link.
Acredita-se, como o autor do texto mencionado aplicou, que, na verdade, 2/3 de todas as pesquisas no Google são pesquisas zero-click. O que é um número considerável.
Agora, o estudo da SemRush sobre esse assunto específico apresenta números diferentes. Ele afirma que 25,6% das pesquisas em desktops e 17,3% das pesquisas em dispositivos móveis são zero-click. De acordo com a SemRush, o número não é tão alto quanto a fonte anterior indica, mas de qualquer forma, ainda é significativo, especialmente se você combinar os dois resultados.
O que isso significa para a sua estratégia de SEO?
Agora é hora de discutir a questão mais importante.
O principal objetivo de qualquer estratégia de SEO é posicionar seu conteúdo no topo da SERP do Google – de preferência no topo da primeira página.
Mas como isso é possível quando a maioria da primeira página da SERP é ocupada por resultados zero-click que o Google apresenta aos seus usuários? O Google se tornou um inimigo?
Não, o Google está apenas tentando dar aos seus usuários o que eles querem, e você precisa se adaptar às novas circunstâncias.
Como?
Aqui é onde as opiniões se dividem.
De um lado, há quem argumente que você deve simplesmente continuar incentivando cliques e construindo a autoridade do seu site como sempre, enquanto outros defendem que você deveria se tornar uma fonte de informações que o Google usa ao apresentar conteúdo zero-clique.
O que é complicado é que, mesmo que seu conteúdo esteja ranqueando como número 1 no Google, pode acontecer que os usuários nunca o vejam na primeira página porque o conteúdo zero-click está dominando o SERP.
“Do lado dos publicadores, as buscas zero-click significam zero tráfego ou ganhos. Eu não sou fã, mas é o que temos. No final, em muitos casos, isso oferece uma experiência melhor para o usuário; portanto, faz sentido”,
disse Servando Silva, afiliado, especialista em SEO e proprietário do servandosilva.com, e acrescentou:
“No entanto, o número de buscas zero-click tem crescido a cada ano, e com a introdução do Google SGE e da IA generativa, muitas buscas informacionais e transacionais lentamente se tornarão ‘zero-click’, e não sabemos até que ponto isso afetará o tráfego em geral.”
Naveed Shah, proprietário do canal de tecnologia no YouTube, confirma que as buscas zero-click podem impactar nossas estratégias de SEO de várias maneiras:
“Quando os usuários encontram respostas diretamente na página de pesquisa, eles são menos propensos a clicar em sites individuais. Isso pode levar a uma queda no tráfego orgânico e na visibilidade para sites que dependem de cliques para engajamento e conversões de usuários. Além disso, com a mudança para buscas zero-click, é essencial diversificar as estratégias de SEO além dos rankings tradicionais de busca orgânica. Incorporar outros canais, como otimização de vídeos, marketing em redes sociais e criar uma presença online forte, pode ajudar a alcançar os usuários mesmo sem os cliques no site.”
Nota importante: Usuários de dispositivos móveis geralmente buscam respostas curtas e específicas apresentadas como conteúdo zero-clique. Já os usuários de desktop e laptop tendem a clicar nos resultados orgânicos em busca de informações mais completas, assim como nos resultados pagos. Na verdade, os cliques em resultados pagos estão em alta no momento.
Agora, se você quer melhorar seu SEO e adaptá-lo às novas maneiras que o algoritmo do Google opera, aqui está o que você pode fazer:
Dica #1: Otimize o conteúdo para os recursos do Google
A maneira de melhorar a visibilidade do seu site, assim como seu ranking, é moldar o conteúdo de forma muito precisa – para que ele se adapte aos recursos do Google.
Um dos métodos para conseguir isso é focar em fazer seu conteúdo aparecer nos snippets em destaque. Para alcançar esse objetivo, seu conteúdo precisa ser extremamente relevante para a consulta, além de escrito de maneira precisa e superclara.
“Para melhorar a visibilidade nas buscas zero-click, é crucial criar conteúdo de alta qualidade que responda diretamente às perguntas dos usuários. Estruturar o conteúdo com títulos, pontos de bala e informações claras pode aumentar as chances de aparecer como um snippet em destaque. Compreender a intenção do usuário e fornecer respostas abrangentes pode ajudar a impulsionar o tráfego e o engajamento”,
explica Naveed Shah.
Para cada consulta que você pensar, verifique se há um snippet em destaque e tente entender por que o Google escolheu aquele conteúdo específico para apresentá-lo no topo do SERP. Existem até ferramentas que mostram quais palavras-chave suas estão ranqueando para os snippets em destaque do Google.
Mesmo que você esteja escrevendo sobre um assunto complexo que não pode ser facilmente resumido e colocado em um snippet, você pode adicionar algumas perguntas atraentes e comuns como títulos. Dessa forma, aumentará as chances de seu artigo aparecer como um resultado zero-click.
O mesmo vale para o painel de conhecimento, PAA (Pessoas também perguntam) e todos os outros recursos que este mecanismo de busca utiliza para buscas zero-click. Com o People also ask ou People also search for, você pode fazer pesquisas manuais, mas também pode usar Ahrefs e outras ferramentas de SEO para ver quais perguntas são sugeridas.
Você sempre pode superar a fonte que o Google está usando como referência ao encontrar uma maneira de responder a consulta específica de forma mais completa.
Dica #2: Trabalhe na pesquisa de palavras-chave
Saia da caixa e não se concentre apenas no volume de pesquisa das palavras-chave. Em vez disso, verifique as visitas mensais de pesquisa para cada palavra-chave que você acha que vale a pena investir.
A questão é que algumas palavras-chave têm um volume extremamente alto, mas nunca geram cliques, pois a resposta é sempre apresentada no topo do SERP por meio de snippets em destaque, por exemplo.
Se houver uma grande diferença entre o volume da palavra-chave e o número de visitas ao site, você provavelmente deve buscar outra opção. O ideal é focar em palavras-chave que aumentem a probabilidade de usuários do Google clicarem em um link.
Além disso, concentre-se em palavras-chave de cauda longa e buscas de cauda longa, pois será mais desafiador para o Google fornecer respostas zero-click para elas.
Dica #3 Enfatize conteúdos longos
Se o seu foco não é fazer o Google referenciar seu conteúdo em um snippet, lista ou gráfico de conhecimento, esta é a forma de lutar por seu lugar no SERP – oferecendo conteúdo longo, interessante, relevante e extenso.
Ou seja, o oposto do que encorajamos na dica #1.
Se você estiver abordando um tema, recomendamos que o faça de maneira abrangente, sem deixar de lado nenhum aspecto importante do assunto. Certifique-se de cobrir tudo o que seu leitor deseja aprender sobre o tema.
Com esses textos, é praticamente impossível resumir o tema em duas ou três frases, o que aumenta a possibilidade de o leitor clicar no link do seu site.
Além disso, se o conteúdo for altamente envolvente, seu público irá até o fim do artigo, aumentando o tempo médio de leitura, o que melhora o ranqueamento geral do SEO.
Naveed Shah apresenta outro motivo pelo qual todos devemos nos concentrar em palavras-chave de cauda longa:
“Com o crescimento dos assistentes de voz, as buscas zero-click tornaram-se mais comuns. As pessoas frequentemente fazem perguntas usando comandos de voz, e os dispositivos fornecem as respostas, ignorando a necessidade de cliques em sites. Para se adaptar, as estratégias de SEO devem focar em otimizar para a busca por voz, visando consultas longas e conversacionais e fornecendo respostas claras e concisas.”
Mais alguns conselhos
- Otimize seu conteúdo existente para palavras-chave que podem aparecer em recursos do Google
- Incorpore perguntas e respostas exatas em seu conteúdo
- Preste atenção ao título e à descrição meta
- Use dados estruturados para atrair mais tráfego relevante para seu site
- Estude o conteúdo zero-click existente
“Tentamos evitar quaisquer palavras-chave que possam ser respondidas em uma ou duas frases, ou onde o Google claramente favorece snippets ricos com baixos CTRs. Acho que não há muito o que fazer sobre isso, mas você pode trabalhar nos seus títulos e descrição meta para aumentar o CTR de seus URLs abaixo dos snippets e reter parte desse tráfego. Além disso, você ainda quer estar na primeira página e, possivelmente, entre os 3 primeiros resultados para garantir seu pedaço do bolo,”
Servando Silva detalha sua abordagem ao zero-click e acrescenta:
“Aproveite o favicon do seu site, já que o Google agora o inclui no topo de cada URL, e use os caracteres no título para exibir outras informações (adicionar números, estatísticas ou uma pergunta com uma boa copy pode aumentar seu CTR). Além disso, não se esqueça de diversificar em outros canais, incluindo e-mail, SMS, redes sociais, etc. Não coloque todos os seus ovos em uma cesta só.”
Naveed Shah oferece as seguintes dicas:
“Melhore Seu SEO Local: As buscas zero-click muitas vezes priorizam resultados locais, como listagens de mapas e painéis de conhecimento. Otimize sua presença online para SEO local garantindo informações comerciais consistentes (nome, endereço, telefone) em todas as plataformas. Incentive avaliações positivas e interaja com diretórios locais para aumentar a visibilidade em buscas locais.
Invista em Conteúdo Visual e de Vídeo: Conteúdos visuais e de vídeo costumam se destacar em resultados de busca e feeds de redes sociais. Crie conteúdos visualmente atraentes e compartilháveis, como infográficos, imagens e vídeos, para capturar a atenção dos usuários. Otimize esses ativos com palavras-chave relevantes e compartilhe-os em várias plataformas para expandir seu alcance.
Crie Meta Descriptions Atrativas: Elabore meta descriptions atraentes e informativas para suas páginas da web. Embora as meta descriptions não impactem diretamente os rankings, elas podem influenciar a decisão dos usuários de clicar em seu site. Faça com que sejam atraentes e relevantes para incentivar os cliques.”
Como conclusão
Vamos recapitular alguns dos aspectos mais importantes do tema para ajudá-lo a melhorar suas classificações e adaptar suas táticas de SEO.
Sim, o conteúdo zero-click está afetando suas taxas de cliques (CTR), e parece que este parâmetro não deve mais ser o único em que você deve se concentrar.
E é extremamente difícil fazer com que seu público se envolva e responda ao seu CTA.
Mas, mais importante, o direcionamento de palavras-chave para conteúdo de zero clique é completamente diferente do tradicional. Não faz sentido direcionar as palavras-chave mais fortes que já foram respondidas no topo da primeira página dos resultados do Google (SERP).
Então, o conteúdo zero-click impacta seu SEO? Sim. Seu plano de monetização? Com certeza.
É uma nova realidade, e cabe a você se adaptar – “Se não pode vencê-los, junte-se a eles”.
Otimize seu conteúdo para ser reconhecido pelas funcionalidades de conteúdo zero-click do Google, ou lute contra o Google e o princípio do zero-click criando conteúdo valioso e extenso.
Qual sugestão você prefere? Conte-nos sua opinião sobre esse tema tão relevante na seção de comentários abaixo.
